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29 de set. de 2025

Kukuku - Capítulo 01

  Capítulo 01 :: O Caso da Minha Casa Queimando”

Blazel, o Refúgio Incandescente.
Luviana, a Névoa Ofuscante.
Voganis, o Tsunami Despedaçador.
Finalmente eu, Capsodia, o Escorpião Morto.

Nós éramos todos amigos de infância.
Nossas casas ficavam perto, nossos pais se conheciam, fazíamos da floresta e da masmorra nosso playground e permanecíamos sempre juntos.

Mesmo depois que nossos corpos cresceram o suficiente para lutar contra humanos, fomos designados para o mesmo batalhão e corremos pelo campo de batalha lado a lado.

Depois de obtermos grandes resultados na batalha, fomos reconhecidos como superiores de nossas raças e, em pouco tempo, nos tornamos nomes importantes.

Chegamos até a nos enraizar na política.

Fomos nós que concebemos o sistema dos “Quatro Reis Celestiais”.
Até então todo o demônio estava sob o Grande Rei Demônio como um só. Porém, o Rei é um ser muito ocupado, e para ele se envolver em todos os campos de batalha ao mesmo tempo era difícil.

Como resultado, sob o Rei Demônio foi criado um sistema executivo com representantes de cada raça. Esse foi o sistema dos Quatro Reis Celestiais.

A propósito, nós somos a segunda geração.
A geração fundadora se aposentou há apenas alguns anos, e nós assumimos seus papéis.

Finalmente chegou nossa hora de brilhar.
Foi então que fui avisado da minha demissão.


Lamentei profundamente ter que me aposentar.
Apesar de bancar o durão diante de Luviana dizendo que eu “iria me retirar”, por dentro minhas preocupações não diminuíam.
Sinceramente, mesmo depois de deixar o Exército do Rei Demônio e voltar ao campo, a única coisa que me espera lá é trabalho na fazenda. Desde que me dediquei ao Grande Rei Demônio, vencer batalhas era a única coisa em que pensava.

Eu nem sei plantar sementes. Ser zoado pelos demônios do interior deve ser a piada final.

Além disso, o que meus amigos do campo vão pensar quando me virem retornar da cidade?

“Kukuku… Ele é o mais fraco dos Quatro Reis Celestiais.”

…Não é bom.
Quanto mais penso, mais dá vontade de chorar.

Por ora, voltarei para minha residência oficial.
Por mais que me digam para partir, não vou ser expulso assim tão fácil. Por mais impaciente que Blazel seja, ele pode esperar até eu juntar todos os meus pertences.


Quando cheguei à residência oficial já estava escuro.
Apesar de ser uma residência oficial, como sou um Rei Celestial, parecia uma casa bastante grande.
Era grande demais para uma só pessoa, mas de fato aquele era o único território concedido a mim.

Agora, a única capaz de curar meu coração ferido e ingênuo era (Cérbero), meu amado cão.

— Já cheguei em c—

BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMM!!!!!!!!!!

Foi quando abri a porta para entrar em casa.
Um grande incêndio surgiu de repente. Subiu alto no céu e tingiu a noite negra de vermelho.
O fogo tomou a forma de uma cruz e, num piscar de olhos, derreteu tudo ao redor num instante.

Quando recobrei os sentidos, tudo havia desaparecido.
Minha casa, meu jardim, até meu querido cachorro…

— Q-o que diabos é isso—

— Ho, você sobreviveu, hein.

O que apareceu foi um lagarto gigante, coberto por escamas que pareciam duras como metal.

— F-foi você…? Você queimou minha casa?

— Ei, ei, primeiro responde minha pergunta. Bem, de qualquer forma tanto faz. 

O lagarto golpeou seus punhos um contra o outro. Naturalmente, seus punhos também eram cobertos por escamas duras. Um som estrondoso, como metal se chocar, reverberou por toda a área.

— Eu sou Bastrine, subordinado de Blazel, o Queimado.

— Responda logo. Você queimou minha casa??

Olhei furiosamente para Bastrine.

— Hmmm… você certamente sabe como criar um clima. Mesmo que tenha se aposentado, você ainda é um Rei Celestial, não é? Mesmo sendo o mais fraco, ainda é um Rei Celestial. Sim, como você disse: eu queimei sua casa, por ordem do senhor Blazel. Fui instruído a apagá-la sem deixar vestígios, então foi o que fiz.

— Entendo…

— Também recebi outra ordem, sabe.

Bastrine riu de boca aberta. Chamas vermelho-vivas brilhavam intensamente dentro de sua boca.

— SE EU TE MATAR, SEREI FEITO O QUARTO REI CELESTIAL!!

— Ah… é? Então você pode simplesmente—

MORRER.

Disse calmamente, apontando para Bastrine.

— HA, O QUE VAI MORRER É VOCÊ… o que… m-meu peito…

Bastrine de repente começou a contorcer-se de dor. Quando a chama que ele estava prestes a soltar se apagou, Bastrine começou a esvoaçar desesperadamente, pressionando a garganta.

— Nã…o pode ser… Uu, Ó Imperador Celeste, fraco… ezt… NUUAAA!

Eventualmente, o lagarto gigante tombou para frente.

Bastrine, que até pouco antes se gabava, agora estava morto.

 

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