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8 de set. de 2025

Saikyou No Kurokishi - Capítulo 01.3

  Capítulo 1 :: Os criados da Casa Marquesal de Arband (3)

Quando Lilina terminou sua aula de dança e, após ser banhada e arrumada pelas outras criadas, desceu para o primeiro andar, encontrou algo incomum: Albert havia regressado a tempo para o jantar.

— Minha adorável Lilina, estou de volta.
— Bem-vindo, irmão Albert!

Albert correu até ela e, sem demora, a ergueu com um dos braços.

A visão do jovem esbelto, de porte elegante e músculos bem treinados, sorrindo de maneira tão terna para a irmã, seria suficiente para fazer qualquer mulher corar. Maria e as demais criadas mantiveram-se na postura apropriada de servas, discretas ao fundo.

Albert, que completara dezenove anos naquele ano, era o primogênito da Casa Marquesal de Arband. Com os mesmos cabelos cor de mel e olhos azul-escuros de Lilina, era amplamente reconhecido como um jovem de extraordinária beleza. Seus olhos ligeiramente caídos lhe conferiam uma expressão gentil, e seus traços lembravam em muito os da falecida mãe, cujo retrato permanecia exposto no aposento interno.

Preparado desde a infância para suceder o marquesado, Albert recebera educação de excelência. Atualmente, exercia o cargo de terceiro subcomandante da guarda real, o que lhe ocupava bastante tempo. Não obstante, diversas jovens nobres lhe enviavam propostas de casamento, embora nenhum noivado tivesse sido selado até o momento.

— Minha pequena princesa, o que fez hoje? Ah, sinto um aroma tão agradável… tomou banho?
— Tive uma aula de dança, irmão. Posso contar-lhe como foi?

Lilina, que adorava o irmão, começou a relatar seu dia ainda no colo dele. Albert a escutava com um sorriso derretido, olhando-a como se nada mais importasse.

De fato, eram irmãos muito próximos.

Para quem conhecia o cotidiano de Albert, aquela devoção não causava estranheza. O carinho que nutria pela irmã não tinha nada de proibido; mesmo o pai frequentemente a tomava nos braços. Não seria errado dizer que ambos, pai e filho, eram verdadeiros adoradores de Lilina.

Quando ela comentou, radiante, que conseguira dançar uma peça inteira com Sally como parceira, Albert não resistiu: roçou o rosto contra o dela com ternura.

— Ah, como é fofa a minha Lilina! Como pode ser tão adorável?
— Irmão, isso faz cócegas!
— Dançaria comigo da próxima vez?
— Sim, é justamente para isso que estou me esforçando.

O sorriso inocente e sem segundas intenções de Lilina era, para quem a via, de uma força arrebatadora.

Enquanto Maria se perguntava por que não era ela quem a abraçava naquele momento quase em agonia interior, Albert cobriu a boca com a mão e, de súbito, estreitou Lilina com mais força contra o peito. Murmurou, com uma voz carregada de emoção:

— É assim que você vai crescendo…

Palavras pouco condizentes com um rapaz de dezenove anos, mas sinceras.

Até que chegasse a idade em que tal intimidade se tornasse constrangedora, ele queria aproveitar cada momento. Ainda assim, de fora, poderia soar como excesso de zelo fraternal ou até algo mais suspeito.

O criado Matthew, que acompanhara Albert no retorno, observava a cena com o semblante levemente contraído.

De cabelos grisalhos arrumados de forma prática e rosto juvenil, Matthew, aos vinte e três anos, ainda mantinha uma aparência de jovem inofensivo. Ao lado de Albert, contudo, compunha uma imagem de agradável cavalheirismo.

— Senhor Albert… o mestre não o espera no escritório? — arriscou.
— Matthew, no momento estou sendo curado pela presença de um anjo adorável — respondeu Albert, sem largar a irmã.

No entanto, Lilina já havia tomado banho e, como de costume, teria um pequeno descanso antes da refeição. Relutante, Albert a colocou no chão e, com um olhar para Sally, indicou que a acompanhasse.

— Obrigada, Sally — disse Lilina com um sorriso.
— S-sim, minha senhora… — murmurou Sally, corando e abaixando o rosto.

As duas juntas formavam uma cena irresistível de delicadeza, diante da qual Maria quase perdeu o controle de si mesma.

Naquele instante, Sally, ao lado de Lilina, mais parecia uma menina do que qualquer criado.

Albert, igualmente enlevado, fitava-as com ar extasiado. Maria, percebendo o risco de suspeitas, desviou o olhar, imaginando se ele não teria escolhido Sally como criada pessoal justamente por tais motivos.

O mordomo-chefe, Fores, aproveitou a calma para intervir:

— Senhor Albert ainda precisa conversar com o mestre. Senhorita Lilina, por favor, venha comigo.
— Vovô Fores, por que Maria não vem junto?
— Hoje a cozinha precisa de auxílio extra, já que o senhor Albert também jantará conosco. Maria irá ajudá-los.

Relutante, Lilina assentiu. Voltou-se para Maria e disse, com doçura:

— Então venha logo depois, está bem? Promete?

Maria respondeu com um sorriso e uma reverência. Logo, Lilina partiu acompanhada de Sally.

Assim que a menina desapareceu de vista, Albert voltou-se para Maria com um sorriso gentil.

Ela ergueu a saia em cumprimento e disse formalmente:

— Bem-vindo de volta, senhor Albert.
— Obrigado, Maria. Tem trabalhado duro. O Gies não lhe causou incômodo algum?
— Por que o nome dele surge nesse contexto?

Albert apenas riu suavemente, passando os dedos pelo cabelo dela, como quem rememorava um hábito antigo. Ele próprio havia sugerido, anos antes, que Maria deixasse os fios soltos e parecia ainda apreciar a suavidade ao tocá-los.

— Comprei um novo laço para você. Naturalmente, igual ao da Lilina. Espero que goste.
— Oh, obrigada.

Todos os laços que Maria usava haviam sido escolhidos por Albert, atendendo a um pedido da irmã, que queria que sua criada favorita tivesse sempre algo combinando com ela.

Era uma ideia adorável e Maria, que via Lilina quase como uma irmãzinha, usava-os com prazer.

Albert então a conduziu, junto de Matthew, até o escritório do marquês.

(…segue o encontro com o marquês e a revelação do papel secreto da Casa Arband como a “Espada de Sua Majestade”).
 
 

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