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21 de abr. de 2022

Hikimokori hakoiri - Capítulo 01

 Capítulo 01 :: Caixa Misteriosa 

No salão de festas do castelo real, ocorria hoje um evento conhecido como a Cerimônia de Maioridade.

Trata-se de uma ocasião na qual jovens nobres promissores se reúnem realizada uma vez a cada estação.

Participavam os jovens nobres que completariam dezessete anos neste verão.

Independentemente do seu nível dentro da nobreza, todos se reuniam no salão de festas do palácio.

Eles eram abençoados pelo rei em comemoração ao seu décimo sétimo aniversário e recebiam permissão para se comportar como nobres adultos.

Também recebiam felicitações de nobres experientes como o chanceler e o capitão da ordem de cavaleiros figuras admiradas por todos os jovens, por sua entrada no círculo dos adultos.

Após ouvir essas palavras de consideração, todos tinham tempo livre para seguir seus próprios interesses.

O salão, aparentemente alegre e vibrante, estava repleto de jovens que, mesmo mantendo uma postura cortês e animada, carregavam consigo expectativas, nervosismo e uma boa dose de ambição.

Apesar disso, havia algo que todos notavam, mas fingiam não ver.

Em um canto do salão de festas, uma grande caixa de madeira se destacava, destoando da elegância do ambiente.


(Uma caixa…?)

(É mesmo uma caixa…)

(O que será que tem dentro dela…?)

(Que tipo de caixa é essa…?)

(Mas ninguém parece se importar…)

(Será que se preocupar com isso é perder…?)


Entre todos que se perguntavam sobre a caixa, uma pessoa se aproximou movida pela curiosidade.

“Não… não consigo deixar de pensar nisso. O que é isso?”

Seu nome era Siphon, um belo jovem de cabelos dourados e olhos verdes como jade.

Ele era o segundo príncipe do país e estava completando sua maioridade naquele evento.

Siphon começou a bater levemente na caixa, que tinha aproximadamente um metro de lado.

Então…

“Ah… e-eh… você precisa de algo…?”

“O-oi!?”

Uma voz feminina suave e delicada surgiu de dentro da caixa, fazendo Siphon dar um pequeno grito.

(U-uma voz humana—!?)

Os observadores próximos arregalaram os olhos, surpresos.

“D-desculpe-me por aparecer assim… desta forma…”

“Não, peço desculpas eu. Jamais imaginei que alguém estivesse dentro dela.”

Apesar da situação inesperada, Siphon se esforçou para manter a calma e responder com palavras gentis.

A mulher dentro da caixa respondeu com toda sua determinação.

“E-eu sofro de… fobia social extrema… e preciso ficar dentro desta caixa. Caso contrário, tenho medo até de conversar normalmente com alguém que não seja da minha família…”

“Entendo. Mas então… por que está em um evento como este?”

A voz da mulher soou da caixa, e Siphon perguntou.

“E-eu também… completarei dezessete anos neste verão…

R-realmente não queria vir, mas meu pai disse que, desde que eu permaneça dentro da caixa, devo… comparecer…”

(“Permanecer dentro da caixa”? Que diabos…!)

Todos que ouviam a história pensaram o mesmo, mas se contiveram, pois interromper não seria educado.

“Entendo. Porém, seu pai fez uma escolha ousada. Se me permite opinar, considero que a decisão dele está correta.

Não importa a forma em que você apareça, é melhor do que faltar ao evento e manchar seu nome.”

“…Faltar à Cerimônia de Maioridade… seria realmente tão grave…?”

“Sim. Em eventos normais, talvez não fosse um problema tão grande. Mas, nesta cerimônia, o Príncipe Siphon está presente. Não comparecer poderia ser interpretado como um gesto de desrespeito à família real.”

“E-entendo…”

(C-cuidado, pessoa dentro da caixa! Você está falando com o príncipe em pessoa—!!!)

Todos ao redor mentalmente gritavam em silêncio.

A mulher, que afirmava ter fobia social e falava de forma tímida, não fazia ideia de que estava diante do próprio príncipe.

(Ele vai abrir… diante de seus olhos, o portão para o trono divino será revelado—!)

Segundo a crença deste mundo, após a morte, a alma é convidada ao trono dos deuses.

E o que aconteceria se esse portão se abrisse diante de alguém vivo… bem, era algo com grande significado.

“De qualquer forma, já que veio a este evento,

não seria um desperdício não tocar na comida ou na bebida, mesmo que conversar seja difícil, não acha?”

“E-eh… sobre isso… não, não há problema algum…”

“Não há problema…?”

Quando Siphon inclinou a cabeça em curiosidade, uma resposta inesperada chegou ao salão.

“Perdoe a interrupção durante a conversa… perdoe-me. Senhora.”

Era provavelmente a serva da mulher dentro da caixa.

Houve um breve silêncio o homem percebeu quem estava ali.

Siphon, porém, colocou o dedo indicador nos lábios e sorriu para a criada ruiva.

Apesar de algum conflito interno, a serva pareceu aceitar a intenção do príncipe.

“Senhora, trouxe a comida.”

Ela colocou os pratos e taças sobre a caixa.

“Ah… obrigada… estou ansiosa para comer…”

(Como… como ela vai…—!?)


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