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30 de mar. de 2022

The Tragedy of The Villainess - Capítulo 12

 Capítulo 12 

— Você não sabe que quase morreu. Não vou te mandar levantar, então fique deitada.

— Obrigada.

Com a permissão de Lesche, Seria sentiu-se um pouco mais aliviada. Deitou-se imóvel e fechou os olhos. Então, de repente, Lesche perguntou:

— Não consigo entender sua mente. Que sonho foi esse que te fez chorar assim?

— Eu chorei?

— Ou por que eu teria acordado uma pessoa dormindo?


— Acordei você porque estava chorando.

Seria piscou lentamente.
— Sonhei que morria.

— Tem medo de morrer?

— Existe alguém que não tenha medo de morrer?

— Achei que você não tivesse esse medo.

— Eu?

Seria riu, achando absurdo. Quão duro havia lutado para viver.

— Quer dizer que você normalmente age sem medo? — Lesche quis dizer que, normalmente, ela apenas fingia ser corajosa e destemida.

Por isso, a voz de Lesche soou um pouco mais suave do que o habitual. Eles não haviam acabado de ter uma conversa longa? Normalmente, Lesche era muito difícil de se falar. De repente, Seria lembrou-se de que havia esquecido algo.

— E quanto a Kalis?

Lesche olhou com ceticismo. Deitou-se em sua cama, pegou o lenço e começou a passar em sua testa, como se limpasse um vaso de cerâmica.

— … Alteza? O que está fazendo?

— Estou me perguntando se você teve perda de memória.

…?

— Não se lembra do que aconteceu no casamento?

Quando alguém sente dor intensa demais, tende a soltar-se da realidade. Ou seja, as lembranças que Seria tinha antes estavam turvas, como em sonho. Ela lembrava-se vividamente do salão do casamento, de como desmaiou e chorou pelo sofrimento insuportável. Mas, a partir dali, tudo era nebuloso.

— Eu terminei o casamento.

— Sim.

Seria sabia que estava casada porque não havia morrido. Mas não se lembrava de ter visto Kalis no final do casamento. A única imagem clara era Lesche Berg, olhando para ela com seus olhos vermelhos que ela não conseguia tirar da mente, e o frio do corpo dele. Isso não seria um sonho?

— Eu… casei-me com você, Alteza?

Por um instante, Lesche não respondeu. Olhando para ela, abriu a boca lentamente:

— Sim.

Seria piscou, em branco. Incompreensão, constrangimento, surpresa. Todas as emoções se misturaram, e ela não conseguia desviar o olhar de Lesche. E Lesche nunca desviou o seu.

— …Por quê? — Lesche estalou a língua. — Deveria apenas deixá-la morrer e envergonhar a casa Berg? Eu preferiria jogar a insígnia do cavaleiro no lago.

> Nota de tradução: A “insígnia do cavaleiro” aqui refere-se ao distintivo ou medalhão que simboliza o status de cavaleiro, mostrando honra e dever. Jogá-lo no lago simboliza desprezo ou rejeição de sua própria honra para salvar Seria.


.....


Era curto, direto e convincente. Mas havia algo que Seria não entendia.

— Como você sabia que eu ia morrer?

Ela lembrava-se de não ter dito nada a Lesche sobre seu risco de morte. Na verdade, não podia dizer nada devido à dor. Mas havia muitos sacerdotes ali. Seus gritos ecoaram no salão de casamento, então todos certamente perceberam que algo estava errado com seu poder divino. Lesche olhou para ela e falou:

— Eu fui o único a saber?

— Sim?

— Lady Stern.

— Sim, Alteza.

— Mesmo que você mate o Marquês Haneton, não será responsabilizado.

Um arrepio subiu por sua espinha. Que comentário estranho. Assustador, na verdade. Para ter certeza, Seria perguntou lentamente a Lesche, com esperança de que não fosse o que ela temia:

— Quer dizer que Kalis sabia que, se se atrasasse para o casamento, eu poderia morrer?

Lesche desviou o olhar e respondeu:
— Sim.

Naquele momento, o coração de Seria gelou, como se tivesse sido cortado por gelo. Como Stern, ela nem sabia disso. Talvez Kalis fosse o único a saber. Se sim… ele sabia que ela poderia estar em perigo, mas ainda assim saiu e não voltou? Suas mãos, que estavam quentes sob o cobertor, ficaram geladas. Quando conseguiu segurá-las, tremendo, alguém bateu à porta. Lesche olhou para ela, e Seria sentou-se.

— Pode entrar.

Quem abriu a porta foi ninguém menos que Linon, chefe dos assistentes. Ele se curvou e disse:

— Alteza, chegou um chamado do templo. O Sumo Sacerdote virá em breve; é melhor que venha verificar.

[Nota: O “Sumo Sacerdote” é a autoridade máxima da hierarquia religiosa do reino. Para nobres como Seria, sua visita é um protocolo formal; para o povo comum, é como encontrar uma divindade viva.]



‘O Sumo Sacerdote?’ Para uma Stern, ouvir sobre ele não era surpreendente. Mas para os criminosos, ele era uma figura divina de alta hierarquia. Além disso, o Sumo Sacerdote raramente saía para outros lugares. Mas agora virá pessoalmente? Diferente dos olhos arregalados de Seria, Lesche não demonstrou surpresa. Apenas olhou profundamente, com irritação.

— Vamos.

Lesche saiu sem olhar para trás. Alto, caminhava rápido, como se estivesse apressado. Linon, por outro lado, diminuiu o passo, retornando rapidamente para ver Seria assim que Lesche deixou o quarto.

— Lady Seria.

Chamou-a de forma amistosa, algo muito fora do comum, já que normalmente dizia Lady Stern. Enquanto esfregava as mãos, tremendo como um subordinado nervoso, continuou:

— Na verdade, se dependesse de mim, eu deveria chamá-la de Grande Duquesa, certo? Mas é necessário a aprovação do Imperador para oficializar este casamento.

[Nota: A aprovação do Imperador é necessária para que o casamento seja reconhecido oficialmente no reino, mostrando a importância política e social do matrimônio.]



Oficialmente concluído? Estranho. Não era um casamento temporário? Um matrimônio feito por Lesche Berg apenas para salvar sua vida. Um casamento sem razão real para continuar. Não era pessimismo, mas compreensão realista da situação. Seria não sabia que expressão fazer. Mas a expressão de Linon mudou ligeiramente:

— Minha senhora, na verdade, preparei um presente de casamento para você…

Linon sussurrava, então estremeceu. Parecia um coelho que sentiu um predador. Seria rapidamente seguiu seu olhar para a porta, mas não havia ninguém. O rosto dele empalideceu, e ele se curvou:

— Voltarei em breve para buscá-la.

Sem chance de resposta, saiu correndo. Em instantes, ela ficou sozinha no quarto, piscando diante da confusão e do vazio. Ao tocar os braços, estremeceu com a dor. Ao subir as mangas do pijama fofo, viu que seus braços estavam totalmente enfaixados.

‘Quase morri no casamento.’

Então puxou a corda e chamou as empregadas, enquanto seus braços sangravam como se a ferida tivesse se rompido. Enquanto as ajudantes lavavam os ferimentos, ela ouviu falar sobre a reação das pessoas no casamento. Preparou roupas confortáveis para se encontrar com o sacerdote curador.

— Será melhor usar uma capa por cima deste vestido.

— Se usar algo de mangas largas e apertar com uma fita, não atrapalhará o tratamento…

Isso aconteceu justamente quando as empregadas haviam acabado de tirar o vestido adequado do armário. Bang! A porta do quarto se abriu bruscamente.

— Seria! Seria Stern!

Um homem entrou correndo. Cabelo castanho-claro, olhos escuros. Seu noivo… Kalis Haneton. Era ele. Cavaleiros de Berg correram atrás dele, que finalmente apareceu no quarto após um mês.

Marquês Kalis Haneton! Não deveria entrar aqui!

— O Grande Duque disse para não deixar ninguém entrar sem permissão!

Por que há guardas vigiando meu quarto?’ pensou Seria.

Enquanto refletia, percebeu o estado terrível de Kalis. Parecia ter rolado na neve; tinha ataduras na testa e no punho. Mas, além disso, seus olhos estavam estranhamente ardentes. Sim, ele tinha algo a dizer. Colocando o xale pendurado na cama sobre os ombros dela, Seria disse:

— Todos, por favor, saiam. Preciso falar com o Marquês Haneton.

Ela estava pronta para ameaçar os cavaleiros se resistissem, mas, surpreendentemente, eles se curvaram e saíram sem confusão. Como um criminoso, Kalis parou instantaneamente e seguiu suas ordens. Era diferente do habitual. Até as empregadas notaram, e o quarto ficou em silêncio absoluto.

Seria!

Kalis avançou e agarrou seus ombros. Seus olhos queimavam de raiva.

Como pôde fazer isso? Casar-se com outro homem, o Grande Duque de Berg? Seri…!

Slap!

A bochecha de Kalis não virou tanto quanto ela esperava. Sua mão não tinha força. Ele estava bravo porque não sabia quão miserável ela estava sozinha no salão do casamento.

— Você não apareceu…

— Seria…

— Você não veio ao nosso casamento! — ela encarou Kalis e disse cada palavra com força.

— Eu me casei com outro homem? Você mesma fez isso, Kalis. Eu teria morrido se não fosse pelo Grande Duque. Teria sangrado e morrido horrivelmente. Porque você não veio!

Sua mandíbula se apertou.
— O quê? Quer saber como descobri? Você sabia que eu poderia morrer se se atrasasse para o casamento. Espere… você realmente quis que eu morresse, é por isso que saiu com Lina?!

— Seria, por favor… foi um acidente. Não fiz por maldade.

— Acidente? — ela cerrou os dentes. — Quem teria morrido se você não tivesse saído para a geleira com Lina? Faltando apenas dois dias para o casamento, você foi a uma geleira onde acidentes são comuns, e chama isso de acidente?

— Me desculpe. — Kalis cobriu o rosto com ambas as mãos. — Me desculpe, Seria…

— Saia!

— Seria. Seria, por favor.

— Saia!

Kalis agarrou suas mãos rapidamente e começou a implorar:

— Eu estava preocupado que pudesse se machucar, Seria. Tudo bem se achar que é uma desculpa. Eu até tentei sair quando a tempestade ainda estava forte. Mas me atrasei porque perdi a consciência na porta…

Lágrimas começaram a se formar em seus olhos negros.
— Você sabe que é a única mulher com quem queria me casar. Minha confissão não foi mentira. Eu realmente te amo.

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